O Segundo filho

Quando a gente tem filhos entende melhor a nossa mãe. É uma grande verdade. E lendo o post O meu segundo filho, do blog Pequeno Guia Prático entendi melhor ainda o meu lugar na minha família – eu sou o segundo filho dos meus pais.

Sempre questionei ter menos retratos, menos roupinhas fofas guardadas, menos recordações engraçadinhas do que meu irmão mais velho. Grande parte dos meus brinquedos foram herdados e minhas bicicletas eram sempre de modelo masculino. Dormia no quarto do meu irmão, tinha os mesmos amigos, e os pais nunca foram só meus. Não é que fui menos amada, simplesmente fui o segundo.

E como segundo filho (e do meio quando a caçula nasceu..) tive a liberdade de voar para fora do ninho. Não fui mimada e protegida, tive meu espaço mais livre para crescer e mudar, e isso determinou grande parte da minha formação como pessoa. Ainda hoje sou a única filha que mora há mais de 5 Km da casa da mamãe...

Esses dias minha mãe contou que estava preocupada comigo, com minha (pesada) jornada diária, com minha solidão neste Rio de Janeiro. A minha irmã caçula disse para ela então que não se preocupasse, "que eu era feita de outra matéria"... Fiquei muito tempo pensando nisso. Não sou feita de outra matéria. A vida me fez mais intensa sim, densa, forte. Não tenho tempo de ser mulherZinha.  ("Nem! Toda brasileira é bunda, Meu peito não é de silicone, sou mais macho que muito homem...")

E definitivamente ser o segundo filho moldou bastante a minha personalidade e modo de encarar a vida.

Por tanto amor , Por tanta emoção a vida me fez assim

Doce ou atroz Manso ou feroz, Eu caçador de mim ...

Nada a temer senão o correr da luta, Nada a fazer senão esquecer o medo

Abrir o peito a força, numa procura , Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai Sonhando demais mas onde se chega assim

Vou descobrir O que me faz sentir  Eu, caçador de mim

(Luís Carlos Sá)

Um feliz carnaval a todos !! Bons bailinhos mamães amigas e queridas!!