sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Reinventando a Vida a Dois

Gostei tanto deste texto que li no blog Mamíferas que copiei aqui, com devidos créditos, claro!

Reinventando a Vida a Dois
Hoje em dia, quando ouço alguém falar em ter um filho para 'recuperar o casamento', ou 'segurar o marido', eu rio sozinha. Rio, porque sei por experiência própria o quanto essa idéia é absurda.

Ter um filho muda tudo na vida de um casal. Absolutamente tudo. Muda tanto, e exige tanta capacidade de adaptação, que hoje eu costumo dizer que acontece ao contrário: um casal só resiste ao nascimento de um filho, só permanece junto depois desse furacão, se a relação estiver muito forte, sólida, se o amor for imenso e absoluto, se houver disposição e muita, mas muita vontade de ficar junto.

Depois que o bebê nasce, as prioridades são outras, as preocupações também. Dali por diante, é inevitável que uma boa parte das conversas gire em torno de temas como se engatinhar é importante ou se é melhor andar de uma vez, se dez fraldas por dia é um número razoável, se o bebê colocar todo o leite pra fora depois da mamada é normal ou se é melhor ligar para a pediatra, entre outras coisinhas que, de absolutamente desconhecidas, passam a ser importantíssimas quando recebemos nossos filhotes no mundo.

O ritmo da casa também muda, e muito. O casal que podia esticar do trabalho para um cineminha, e do cineminha para um jantar, e do jantar para um motel, chegando em casa de madrugada sem pressa, afinal sábado é dia de desligar o despertador, passa a ter uma rotininha enlouquecedora, que varia sim, mas sempre em função dos horários e necessidades daquele serzinho tão apaixonante: o bebê. Com o dia-a-dia de troca de fraldas, acordadas noturnas, finais de tarde chorosos, adaptações e descobertas mil, falta tempo para momentos a dois, para o namorico descompromissado no sofá da sala, para o banho demorado a dois, para o papo gostoso sem hora pra acabar. E o romance? Via de regra, quando começa a pintar um clima, lá vem um chorinho pedinte que não dá pra ignorar. E lá vamos nós, acalmar o pequenino, pra depois, quem sabe, tentar começar tudo de novo. (Isso, se o cansaço permitir, e o parceiro não estiver a essa altura desmaiado na poltrona da sala.)

Quando o bebê chega, é preciso triangular a relação. Não é só você para ele e ele pra você, o tempo todo. Há uma terceira pessoinha que demanda toda atenção e todo cuidado do mundo, e nem todo casal sabe lidar com isso. Surgem carências, disputas de afeto, vazios, necessidades não-satisfeitas. E aí, não tem jeito. Só com muita conversa e coração aberto é que a gente dá conta de se reorganizar, descobrindo novos caminhos e novas possibilidades.

Quando nasce o bebê, nasce também uma família. Não dá pra achar que vai ser possível levar a vida de antes, dedicar-se ao parceiro da mesma maneira, cultivar o relacionamento na mesma intensidade. Não dá. Mas vale a pena parar pra pensar que diferente não é necessariamente pior. Apenas diferente.

Se o casal se permite libertar dos anseios passados e abrir-se para a nova realidade, pode descobrir que a vinda de um filhote potencializa o amor, reinventa, redescobre. É incrível como a gente pode se apaixonar de novo, com mais intensidade do que da primeira vez, quando vê o parceiro trocando um olhar de ternura com aquele bebezinho tão pequeno, quando flagra uma troca de sorrisos sinceros, quando acorda no meio da noite e dá aquela olhadela no soninho conjunto. Tem que ter tolerância, paciência, tem que cultivar os momentos possíveis a dois, tem que aceitar que algumas coisas se perderam definitivamente. Só quando a gente aceita isso, é que se abre pra ver o tanto de coisa que a gente ganhou. E acredite, a troca é mais do que justa.

E lembre-se, seu bebê não será recém-nascido para sempre, não terá um ano para sempre. Essa fase passa, mais depressa do que a gente imagina. E logo começam a aparecer de novo as oportunidades de um cineminha numa noite de sexta-feira, um almocinho a dois com mais tranquilidade, uma viagenzinha em que o filhote fica com alguém de confiança, e feliz da vida. Como em tudo na vida, vale a pena curtir o momento.

Quando um bebê nasce, é o momento de descobrir e desvendar essa vidinha a três (ou quatro, como foi o nosso caso, ou cinco, como vivenciamos agora, rsrs). E quanta maravilha essa vida tem para nos mostrar!

E quando menos esperarem, vocês serão dois de novo. Mas não como eram antes. Não, a coisa mudou, e mudou para melhor. Porque de dois, vocês se tornaram um.

3 comentários:

  1. Muito bom o post e super oportuno, hein?
    Que mulher já não enfrentou, ou ainda enfrenta essas mudanças todas e pensa que "algo está errado?". Acho que temos mesmo que saber lidar, dividir, entender, compartilhar, né??
    Um beijão

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  2. Rs se agora andamos sempre com xangas, desconfianças, ciumes e a discutir imagino quando pequeno nascer rs... Espero conseguir ultrapassar tudo da melhor maneira..
    Querida adorei o texto =)

    Visite-me, comente e torne-se seguidora...
    Faça o que fizer nunca deixe de comentar para eu depois voltar a achá-la e retribuir o carinho...
    Beijoo

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