quarta-feira, 6 de julho de 2011

Carta a mãe do Gyovanne

Neste sábado foi o batizado do pequeno Gyovanne,  de 5 meses.

Como toda mãe que trabalha, a licença da mamãe do Gyo está acabando e ela volta a trabalhar na próxima semana, e o pequeno vai para a mesma creche que o B estuda hoje (não por acaso indicação minha mesmo!). E, como toda mãe que precisa voltar a trabalhar, ela está entrando na fase do desespero, da sensação de culpa de deixar o filho. Hoje escrevo para ela.



Juju,

Agente fica lá, uns 8 a 9 meses com aquele serzinho na nossa barriga, aprendendo a amar e cuidar dele, e imaginando como será a vida dele (e a nossa) daqui para frente. Um belo dia ele vem ao mundo, e descobrimos um amor que parece não caber mais dentro do nosso coração, transborda nos olhos todas as vezes que olhamos para aquele rostinho. É amor, na mais pura expressão. 

Aquele bebezinho vai crescendo, evoluindo, aprendendo. Junto com o bebê, nasce uma mãe - um pessoa normal, cheia de dúvidas, e com vontade de acertar sempre, mas que vai errar muuitas vezes. Alguém que não sabe tudo, mas quer aprender muito. Vão ser noites intermináveis (bem vinda ao mundo dos pandas), roupas sujas de vômito, fraldas de xixi, cheiro de leite, mamadeiras, febres ... são vários meses de dedicação exclusiva, onde parecemos um único ser - mamãe e bebê. E cada vez que pensamos na maldita hora de nos separarmos dele a dor transborda pelos olhos – como ele vai sobreviver sem mim?? Como EU vou viver longe dele?

E essa hora chega. Acabou a licença, é hora de voltar.  Tem fatos que quanto mais cedo você aceitar, menos vai sofrer e chorar horrores por que a saudade não acaba nunca...

Ele vai se adaptar a escolinha. Ele vai ADORAR a escolinha. Não luta, incentiva. Não, ele não está agarrando as suas roupas como voce pensa (solta este bebê!!). Tá certo que saber tudo isso não me fez sentir menos saudades, ou não me segurou no serviço (que diga o tanto de horas que eu devo hoje...), e não me deteve quando 14h da tarde me batia uma ENORME saudade, e saia correndo para ver o B e dar um beijo. Mas aliviou meu coração em alguns momentos.

Fique certa que o primeiro mês de escolinha vem com algumas viroses, febres, gripes e narizes escorrendo. Morder o mesmo brinquedo que o amiguinho é uma brincadeira impossível de ser controlada. E, elas vão saber trocar a fralda dele, tenho certeza. Claro que nunca igual a mamãe, mas com o carinho que ele merece.

Uma coisa eu te garanto, a adaptação é mais para a mãe do que para o bebê.

E, Ju, eles crescem. As fases mudam. As culpas permanecem. Nem sempre.

Um comentário:

  1. Oi Cris,
    a volta ao trabalho é uma das etapas mais difícieis para nós, né? Que bom que a sua amiga tem você para fazer essa caratinha para ela.
    Ficou bem legal.
    beijos
    Chris
    http://inventandocomamamae.blogspot.com/

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