sexta-feira, 22 de junho de 2012

A dor de uma perda.

Esta semana foi especialmente difícil para mim. Meu padrinho, tio e segundo pai faleceu. Além de toda a dor da perda vem junto a saudade e as lembranças do meu pai, que já morreu a alguns anos, a importancia de uma grande amizade e a certeza que no final somos a soma das nossas escolhas.

Todos os amigos do meu pai, salvo um, estão no céu - em festa esta semana, eu imagino, espero que tenha bebida alcoolica por lá... Todos viveram intensamente, pescaram muito e beberam demais.

Este texto de Maria Lucia Becattini é uma linda homenagem para você, Tio Chico, por isso transcrevo aqui.

Adeus a um amigo (Maria Lucia Becattini)

Nunca nos acostumamos com a morte! A dor da perda é inevitável e sabemos que temos de conviver com isto, pois a morte faz parte da vida. A ideia de nunca mais ver doi demais, e sempre pensamos que poderíamos ter usufruido mais da presença daquele que se foi para sempre. Assim é a vida...

No dia 20 de junho Montes Claros perdeu um de seus filhos ilustres, o médico neurologista Francisco Almir Pires.

Tivemos o privilégio de conviver com ele e sua família. Era um verdadeiro amigo de meu saudoso marido, se consideravam como irmãos. Nossas famílias sempre viajavam juntas nas férias, e nos tornamos padrinhos de casamento dos filhos. Francisco nos alegrava com suas piadas e brincadeiras, era uma festa conviver com amigos tão queridos!

Médico humanista, exercia sua profissão como um sacerdócio. Poderia citar inúmeros casos em que salvou vidas, em complicadas cirurgias.

Em certa ocasião, pedi-lhe que atendesse Eliane, uma menina de 12 anos com tumor cerebral. Francisco a recebeu em seu consultório com todo carinho, com brincadeiras, conquistando seu jovem coração. O caso era muito grave, ela foi internada, fez todos os exames, passou por modernos tratamentos, foi operada e infelizmente faleceu. Francisco deu assistência completa para aquela pobre menina. Quando fui acertar as despesas do longo tratamento Francisco já havia pago tudo, inclusive o hospital. Não quis aceitar nosso pagamento e ainda nos deu uma lição de vida, dizendo que foi um privilégio ajudar aquele anjinho. Assim era Francisco...

Ele cumpriu sua trajetória aqui na terra fazendo o bem, e semelhante a S. Francisco, seu santo de devoção, ele escolheu ser instrumento da paz. Cumpriu sua missão aqui na terra com dignidade e honra, mesmo durante sua dolorosa doença. Ao seu lado tinha uma mulher magnífica que o amou, cuidou e o amparou em todos os momentos de sua vida. Maria Luiza Pires cumpriu sua missão de esposa com amor e coragem até o fim. Querida amiga, estou solidária com vocês nestes momentos difíceis...

Vamos imaginar Francisco sendo recebido em festas na dimensão superior por seus amigos queridos, Deusdedit , Joanir, Eduardo, Clóvis e Aderbal que o levarão para uma maravilhosa pescaria de estrelas! Que Deus em sua infinita misericórdia, nos conforte por tamanha perda. Descanse em paz, querido amigo!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário, diga que veio aqui - adoro segundas, terceiras ou muitas opiniões sobre tudo. Beijos!